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Está com medo, rapaz? – Do auge ao lixo

Após aquela promessa pessoal feita pelo nosso protagonista depois de conquistar a primeira chance de mostrar o trabalho de sua startup, ele realmente não parou mais. A empresa dele mantinha um crescimento mínimo de 50% a cada ano e já haviam se passado 8 anos desde aquele dia.

O ano era 2012 e ele já acumulava diversos prêmios, era capa de revistas da área de tecnologia, convidado a palestrar para executivos do setor, e procurado por grandes concorrentes e boutiques de M&A, inclusive globais, ávidos para entender o modelo de negócio que ele criara, e claro, desejosos por comprar aquela “máquina” que só crescia.

O garoto era um trator! Não havia limites ou riscos para ele, e tudo isso elevava a sua autoestima, gerando um sentimento de prepotência e arrogância…

Foi aí que ele compartilhou sua brilhante ideia com seu time de executivos:

– Galera, se estão querendo nos comprar é porquê a gente está botando pra quebrar! Então, a parada agora é a seguinte: a gente vai comprar alguém! Vamos ver qual é este negócio de buy side antes de pensar em qualquer sell side!

Decisão tomada é decisão executada! E, como o garoto acreditava que o mundo conspirava a seu favor, a oportunidade rapidamente veio bater à sua porta. Era uma empresa de segmento complementar e com tamanho considerável, ou seja, a oportunidade perfeita para a primeira aquisição acontecer!

Em menos de um mês todas negociações foram fechadas: definiram valor, avaliaram riscos, entenderam o modelo de negócios e assinaram o seu primeiro MOU (memorando de entendimento). Ah, um detalhe importante: a empresa estava endividada e, a cada dia, a dívida aumentava tanto que o CFO (Diretor Financeiro) e a galera do M&A (Fusões e Aquisições) haviam votado o NO GO (contra) a aquisição.

O garoto, entendendo da operação e debruçado aos números, falou:

– Em 3 meses eu resolvo isso e faço esta operação gerar caixa! Garanto pra vocês!

 Depois desta, ninguém mais se opôs, e, de fato, após 3 meses, a operação passou a gerar caixa, mas o garoto, que achava que sabia tudo, esqueceu do mais importante numa transação de M&A: conhecer BEM o vendedor, principalmente, se ele for se tornar o seu sócio. E claro que é impossível conhecer bem alguém em apenas 1 mês, então, já dá para prever o que vai acontecer em seguida…

O protagonista, apesar de corajoso, era também inexperiente, e foi pego desprevenido quando, em um belo dia, o vendedor (que era muito astuto) decidiu se arrepender de ter fechado aquele negócio, visto que foram apenas 3 meses para resolver a situação da empresa (sim, isso era possível já que o jovem e seus executivos operavam a firma por intermédio de procuração). Ele cancelou a procuração, reassumiu a empresa no dia seguinte e a vendeu rapidamente para um novo (desavisado) comprador, em condições que lhe eram, obviamente, mais favoráveis.

E o nosso protagonista, que saiu do zero e, antes daquele momento, se sentia no topo do mundo, de repente, foi do auge ao lixo.

Mas, calma, a história continua… =)

 

Escrito por Fabio Hayashi.

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